09 ago Ajudando nossos filhos a construir uma mentalidade de crescimento
Vivemos um tempo em que grande parte de nossa sociedade mede o valor das pessoas por suas conquistas e resultados. Cada vez mais notamos nossos jovens e crianças fragilizados emocionalmente, sucumbindo às críticas e dependentes da aprovação alheia, buscando excessivamente atender expectativas e alcançar o reconhecimento.
Precisamos fortalecer nossos filhos emocionalmente, ajudando-os a construir uma mentalidade de crescimento. Para isso, é preciso aprender a encarar o erro e o “fracasso” como uma forma de melhorar as habilidades, ao invés de enxergá-los como algo que diminui a autoestima ou seu valor como ser humano.
As olimpíadas podem ser um bom exemplo para ajudar as crianças e adolescentes a refletirem sobre bons resultados, sobre esforço, determinação e conquista. Tivemos muitos casos concretos que nos ensinaram importantes lições de vida sobre trabalho em equipe, senso de pertencimento, persistência, autoconfiança e propósito.
O esporte é uma ótima forma de trabalhar resiliência ensinando que, na vida, precisamos seguir em frente e tentar novamente, persistindo em tarefas difíceis e superando obstáculos. É preciso disciplina, consistência, treino e dedicação para desenvolver as competências necessárias para o atingimento de objetivos.
A trajetória de nossos atletas com histórias incríveis de superações e conquistas que tanto nos orgulharam, podem ajudar nossos filhos a compreender que as derrotas e as vitórias fazem parte da vida.
No mundo imediatista em que vivemos, saber adiar as gratificações para poder colher os benefícios em longo prazo é um grande exercício. Nos ajuda a ter autodeterminação para vencer os obstáculos e a trabalhar por um propósito maior.
Para construir uma mentalidade de crescimento é preciso manter uma perspectiva positiva. Estar preparado para os diversos cenários, criar estratégias, assumir riscos e aprender a lidar com pressão.
Algumas competências podem ser ensinadas e treinadas:
– Trabalho em equipe requer consciência de que suas decisões irão impactar em todos ao seu redor. Quando você está em um grupo, a responsabilidade de tomar boas decisões pensando no coletivo aumenta;
– Autoconfiança que é a habilidade de sentir-se confiante sobre o seu próprio esforço e valor;
– Autorregulação que é a capacidade de administrar as próprias emoções, conseguir organizar e controlar o pensamento para manter a mente focada;
– Determinação para ter engajamento e resiliência, sendo capaz de enfrentar os desafios da vida, aprendendo a lidar com as frustrações, mantendo o ânimo para persistir em alcançar os objetivos;
– Atitude positiva para conseguir enxergar o lado positivo das situações, enfatizando a solução dos problemas, sendo capaz de desenvolver uma postura otimista perante a vida.
Fortalecemos nossos filhos quando os ajudamos a tirar o peso da perfeição e da comparação. No lugar de superprotegê-los, tentando isentá-los da dor que é inevitável, precisamos estar ao lado deles e ensiná-los como senti-la e superá-la.
Quando vivemos em função de impedir que sofram decepções, procurando abafar as críticas e assegurando suas conquistas, não os ajudamos a desenvolver a musculatura necessária para lidar com as frustrações inevitáveis da vida.
Manter a esperança e senso de pertencimento através do fortalecimento dos laços afetivos com amigos e familiares, nos traz a sensação de significado na vida. A combinação de automotivação e força de vontade também são fatores fundamentais para que eles consigam perseverar e alcançar os resultados através dos próprios esforços.
Danielle Vieira Gomes