01 fev Como educar de forma mais assertiva e respeitosa, colocando limites claros e consistentes. – Parte I
Desafios do Comportamento
– A hora de dormir pode virar uma batalha;
– Estudar pode se tornar uma rotina estressante;
– A hora de comer pode se transformar em uma grande birra;
– O tempo que eles passam nos eletrônicos preocupa você, mas não sabe mais o que fazer?
Normalmente são as atividades da rotina diária que drenam nossa energia. Muitos pais vivem um ciclo de estresse na educação dos filhos e por mais tentativas que façam, não conseguem uma mudança efetiva e acabam repetindo os mesmos comportamentos ao tentar corrigir seus filhos. Estes, por sua vez, continuam repetindo os mesmos comportamentos inadequados, causando um desgaste na relação.
Como mudar esse cenário?
Sabemos o que não se deve fazer como: bater, gritar, desmerecer. Mas o que devemos fazer no lugar dessas atitudes, quando queremos cessar um mau comportamento dos filhos, ou quando não conseguimos sua cooperação?
Muitos pais por não saberem o que fazer acabam recorrendo à punição ou ao castigo.
Alguns fatores importantes que precisamos compreender:
- Não existe uma fórmula mágica que possa ser usada para resolver qualquer dificuldade comportamental de nossos filhos.
- Não existe uma prática disciplinar que funcione o tempo todo e em todas as situações, ou que consiga mudar radicalmente uma criança, em alguns dias.
A dinâmica de interação com os filhos é sempre muito mais complexa do que isso. Questões comportamentais não podem ser resolvidas com uma abordagem padronizada, que possa ser aplicada a todos os ambientes, circunstâncias ou crianças.
O objetivo é olhar para a educação dos filhos de uma nova maneira para repensá-la. Ao invés de reagir quando seus filhos fizerem alguma coisa que você não aprove, você poderá ter uma nova compreensão da situação, escolhendo responder de uma forma receptiva e intencional.
Às vezes nossos filhos se comportam mal e provocam em nós sentimentos de frustração. Nesses momentos, costumamos reagir sem muita reflexão e de forma automática ou repetindo padrões pouco eficazes.
Quando agimos no piloto automático, nossa reação a uma situação está muito mais ligada ao nosso estado de espírito naquele momento do que de acordo com o que nossos filhos precisam. Por isso é tão importante que busquemos formas de nos autorregular para manter o equilíbrio e poder responder de forma mais adequada em momentos de pressão.
É importante sempre levar em consideração a fase de desenvolvimento de nossos filhos, o temperamento particular e o estilo emocional, bem como o contexto em que estão envolvidos. Acabamos esperando um comportamento além da capacidade de desenvolvimento deles.
Uma ajuda valiosa para uma melhor avaliação da situação é o conceito de não conseguir X querer. Nossa frustração e angustia pode diminuir bastante quando diferenciamos entre não conseguir e não querer. A verdade é que um grande percentual de mau comportamento tem mais a ver com não conseguir do que com não querer.
Da próxima vez que seu filho estiver tendo dificuldades para se controlar, pergunte a si mesmo:
– “A forma como ele está agindo faz sentido, considerando a idade dele e as circunstâncias?”
O mau comportamento que você vê, como, por exemplo: bater, pode ser a solução que a criança encontrou para um problema que você não vê, como: irritação, ciúmes, cansaço, ansiedade, frustração, não sabe se expressar, quer atenção.
Quando nos comunicamos de uma melhor forma, construímos um relacionamento de respeito e confiança. Você passa a mensagem:
“Eu estou aqui com você, mesmo quando você está agindo da pior maneira e eu não estou gostando disso. Eu amo você e entendo que você está tendo dificuldades e eu estou aqui para te ajudar.”
Referências:
NELSEN, Jane; ERWIN, Cheryl; DUFFY, Roslyn Ann. Disciplina Positiva Para Crianças De 0 A 3 Anos. Como criar filhos confiantes e capazes.1ª ed. Barueri SP: Manole, 2018
SIEGEL, Daniel J.; BRYSON, Tina Payne. Disciplina sem Drama. Guia prático para ajudar na educação, desenvolvimento e comportamento dos seus filhos. 1ª ed. São Paulo: nVersos, 2016.
Danielle Vieira Gomes
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