28 set Como quebrar as barreiras com seu filho adolescente
Quando nossos filhos chegam na fase da adolescência, podemos sentir que nossa relação com eles está se distanciando. Alguns pais, por não saberem o que fazer, adotam uma abordagem de confronto, cobrança ou acusação.
Ao se darem conta que seu filho já não compartilha mais o que está acontecendo em seu mundo, podem sentir que estão perdendo o controle e se distanciando. Não devemos nos esquecer que eles estão lutando internamente para descobrir quem são e encontrar seu lugar no mundo.
Procure respeitar os sentimentos do seu filho. Não minimize sua dor ou seus problemas. Se ele está chateado com algo, por mais que você ache que não tenha motivos para tanto, esse é um problema real para ele. Respeite seu direito à inquietação e ao descontentamento.
Reconhecer como ele se sente, não significa concordar. Procure ser honesto e só diga que você o compreende se realmente isso for verdadeiro. Caso contrário, simplesmente repita o que você está vendo e ouvindo. Ouça sem julgamentos, não pressuponha que já sabe e compreende tudo o que ele tem a dizer.
Acolher os sentimentos também pode ajudar nesses momentos. Você pode dizer “Sinto muito que você esteja se sentindo assim” e perguntar “o que posso fazer para ajudar?” Costuma ser mais efetivo transmitir compreensão para proporcionar um diálogo ao invés de dar um sermão ou tentar impor suas soluções aos problemas dele.
Mostre respeito e se atente ao hábito da crítica. Não fique o tempo todo corrigindo, apontando suas falhas e implicando com ele por causa de assuntos delicados. Não ridicularize seus erros. Depreciação e excesso de crítica, além de minar a autoestima, prejudicam a comunicação entre pais e filhos.
Quando precisar corrigir seu filho, procure focalizar no que está acontecendo com ele naquele momento específico e nunca faça isso na frente de outras pessoas. Honestidade e franqueza costumam ajudar diante de conflitos, procure demonstrar claramente que o que ele fez o afetou.
A forma pela qual nos comunicamos, causa um grande impacto no relacionamento, podendo facilitar ou dificultar esse processo. Algumas formas de se expressar que podem diminuir resistências, gerando maior aproximação e conexão:
“Quando você sai sem arrumar seu quarto, fico chateada por ter que fazer seu trabalho por você.”
“Pode ser que eu esteja errado a esse respeito, gostaria de ouvir o que você tem a dizer.”
“Quero muito te ajudar, mas para te ajudar preciso saber o que está acontecendo com você.”
“O que está havendo? Com esse comportamento agressivo, eu não consigo ajudar você.”
Os pais têm o papel de orientar os filhos e auxiliá-los para que desenvolvam habilidades de vida. É importante ter clara a diferença de autoritarismo e autoridade. Filhos precisam ter uma noção de hierarquia e não de controle. Ao invés de buscar estabelecer uma relação de poder, construa uma relação de respeito e confiança.
Filhos precisam sentir confiança de que seus pais estarão disponíveis para ajudá-los sempre que necessário, mas que também possuem condições para explorar o mundo de forma mais corajosa e autônoma.
Permita que ele faça o que já está preparado para fazer, estimulando sua independência e autorresponsabilidade. As experiências negativas podem ser excelentes oportunidades para gerar aprendizado.
Muitas vezes tentamos proteger nossos filhos de se frustrarem, de sentirem medo e mágoa. Eles irão se decepcionar e sofrer, isso é inevitável e faz parte da vida. Serão essas experiências difíceis que lhes permitirão desenvolver a musculatura necessária para crescer, aprender e se tornarem resilientes.
Por mais trabalhoso e cansativo que seja, persista. Nosso papel como pais é o de guiar, orientar, proteger e abrir para eles a porta de entrada para o mundo. No fundo, o que nossos filhos desejam é serem amados e amparados por nós. Foque no fortalecimento da relação de vocês, nunca deixe de enxergar o filho que você ama e não desista de ser a melhor mãe ou pai que você pode ser.
Danielle Vieira Gomes