Conflitos conjugais e os impactos no desenvolvimento dos filhos

Conflitos conjugais

Conflitos conjugais e os impactos no desenvolvimento dos filhos

Na família ocorrem nossas primeiras interações afetivas. O ambiente familiar e a qualidade dos relacionamentos serão determinantes para o desenvolvimento dos filhos e servirão de base para suas futuras relações interpessoais.

O relacionamento conjugal dos pais influencia diretamente o comportamento dos filhos. Sejam casados ou divorciados, quando os pais se tratam com falta de respeito, provocam sofrimento nos filhos. É muito difícil para os filhos ver as pessoas que eles mais amam vivendo em conflito.

O que irá causar maior impacto na saúde emocional dos filhos, independente da situação conjugal, é a forma como os pais se tratam mutuamente.  Os filhos que vivenciam constantemente os conflitos dos pais, como discussões, hostilidade, xingamentos e agressão, são expostos à situação de estresse, com efeitos nocivos ao seu desenvolvimento.

Para cultivar um relacionamento mais respeitoso, evite criticar, fazer comentários depreciativos ou negativos sobre a personalidade do parceiro. As queixas devem ser dirigidas às atitudes e não ao caráter da pessoa. As críticas costumam ser generalizadas e acusatórias. Ao invés de recriminar: “Estou cansada de ficar arrumando toda essa bagunça. Você é muito desorganizado e não tem consideração nenhuma.” Procure expor os fatos e expressar sua necessidade: “Quando chego em casa e vejo as roupas espalhadas e as coisas desorganizadas, me sinto sobrecarregada.”

Evite empregar as seguintes palavras:

Devia – “Você devia ter ido buscar as crianças mais cedo.”

Nunca – “Você nunca escuta o que eu falo.”

Sempre – “Você sempre reclama de tudo.”

As críticas costumam expressar frustração não expressada e raiva não resolvida. Muitas vezes as pessoas esperam chegar ao ápice da mágoa ou da irritação para resolverem um problema. Como os sentimentos ficaram represados, acaba-se perdendo o controle e agindo de forma desproporcional. A depreciação pode minar a admiração e o afeto. Procure manifestar sua insatisfação de forma específica e dirigida às atitudes e não à personalidade da outra pessoa. Foque no acontecimento presente. É importante cuidar para não entrar em disputa de poder, evitar achar culpados ou procurar provar quem tem razão.

Não coloque sua expectativa de mudança no outro. Identifique o que está ao seu alcance mudar e o que você pode fazer para melhorar a relação. Ao conversar sobre algum problema, é importante estar desarmado e aberto para ouvir. Não costumamos ouvir o outro quando nos sentimos atacados. A reação normalmente é ficar na defensiva. Os filhos não podem ser desculpa para a manutenção de um casamento infeliz. Deixe claro para seus filhos que eles não são os responsáveis pelos conflitos do casal. Nunca se deve envolvê-los nas desavenças conjugais, ou usá-los com o intuito de se agredirem mutuamente. Nesses casos, a criança passa a ser a maior prejudicada.

Mesmo que a decisão seja a dissolução do casamento, é importante que os pais preservem os filhos e mantenham uma convivência harmoniosa e uma comunicação respeitosa. Os pais podem se separar como casal, mas sempre serão pais. As crianças precisam do amor e do convívio tanto do pai quanto da mãe. Permita que seus filhos mantenham um relacionamento positivo com ambos. Uma forma de proteger os filhos dos efeitos negativos dos conflitos conjugais é se mostrarem sempre emocionalmente disponíveis para eles.

Os conflitos e desentendimentos são inerentes aos relacionamentos conjugais. Quando os problemas surgem, é necessário buscar formas construtivas para chegar a um entendimento. Procure ouvir além das palavras ditas, buscar o significado e os sentimentos subjacentes de forma empática. Algo que pode ajudar a restaurar a relação é relembrar o que fez com que o casal se apaixonasse e os bons momentos que passaram juntos. Quais as qualidades do outro que causaram encantamento e admiração. Quais foram os motivos que os levaram a decidir construir uma família.

A vida a dois deve ser considerada como um projeto em conjunto que necessita de dedicação e cuidados. Pode ser compensador o esforço mútuo para que o casamento dê certo.

Baseado no livro: Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos: como aplicar os conceitos revolucionários da inteligência emocional para um compreensão da relação entre pais e filhos. Gottman, John e DeClaire, Joan. 1ª ed. – Rido de Janeiro: Objetiva, 2001.

Artigo escrito para a revista digital @cloudcoaching

Danielle Vieira Gomes



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