Conflitos conjugais – Parte 1

Conflitos Conjugais

Conflitos conjugais – Parte 1

Segundo John Gottman e John DeClaire, casais infelizes no casamento costumam entrar num ciclo destrutivo das interações, emoções e atitudes que levam à desintegração do casamento. Este processo costuma acontecer em quatro etapas previsíveis, desgastando a comunicação e fazendo com que o casal foque cada vez mais para as falhas um do outro e do casamento.

Os 4 elementos são: crítica, desdém, atitude defensiva e indiferença.

Crítica: comentários negativos sobre a personalidade do parceiro, em geral num tom que atribui culpa. A crítica pode ser confundida com queixa. As queixas podem fazer bem ao relacionamento, sobretudo quando um dos parceiros ve suas reivindicações sendo atendidas.

Existe uma diferença fundamental entre queixa e crítica. A queixa é dirigida a uma atitude específica, enquanto a crítica atinge o caráter da pessoa. Exemplos:

Queixa: “Gostaria que você não largasse as roupas pelo chão. O quarto fica uma bagunça.”

Crítica: “Cansei de ficar catando suas coisas. Você é desorganizado, relaxado e sem consideração.”

Enquanto a queixa simplesmente expõe os fatos, a crítica costuma ser recriminatória, empregando o verbo “devia”. Insinua que o parceiro não tem jeito. A crítica costuma generalizar: “Você nunca ajuda nas tarefas da casa.” Ou então: “Você sempre reclama de tudo.”

A atitude crítica pode ser evitada quando os conflitos e problemas são discutidos logo quando aparecem. Não esperando chegar ao auge da irritação e da mágoa. A raiva e o desagrado devem ser manifestados de forma específica e dirigidos aos atos do parceiro e não à sua personalidade ou temperamento.

Desdém: O desdém é semelhante à crítica, porém vai mais longe. Um cônjuge que desdenha do outro na verdade tem a intenção de insulta-lo ou feri-lo psicologicamente. O sentimento de desdém muitas vezes surge quando um cônjuge está desgostoso com o outro, quando desaprova suas atitudes e deseja revidar.

A pessoa com desdém tem pensamentos depreciativos. Com o tempo, elogios, pensamentos amorosos e gestos de carinho vão deixando de existir. As atitudes e os pensamentos positivos são suplantados pelas emoções negativas e pela implicância.

Entre os sinais que indicam que o casamento foi contaminado pelo desdém há os insultos, os xingamentos e as formas hostis de humor como o sarcasmo e a ridicularizarão. Um cônjuge pode reagir à manifestação de raiva do outro de forma evasiva e desmerecedora. A linguagem gestual pode revelar que não há um respeito mútuo. Um pode revirar os olhos ou bufar enquanto o outro está falando, por exemplo.

É possível modificar esta situação se o casal estiver disposto a mudar de atitude em relação ao outro. Para isso, é preciso estar atento para quando sentir o impulso de insultar ou ferir o parceiro, buscar se autocontrolar e substituir os pensamentos, como por exemplo: “Este não é um bom momento, mas as coisas não são sempre assim.” Ou: “Eu posso estar irritada (desapontado, furiosa, triste, magoado), mas meu marido ou minha esposa possui qualidades que eu admiro.”

Você poderá decidir se irá atribuir motivos positivos ou negativos ao comportamento de seu parceiro. Evite pensar que precisa sair ganhando quando discute com seu marido ou sua esposa para provar que está certo. Pondere se de vez em quando não é melhor simplesmente evitar uma briga.

O desdém pode acabar com a admiração e os pensamentos afetuosos e o antídoto é alimentar mais pensamentos positivos e amorosos em relação ao parceiro. Alguns casais acham que pode ajudar o fato de pensar nos motivos que os levaram a se apaixonar. Alimentar recordações, olhar fotografias antigas, passar momentos a sós para enriquecerem e restaurarem sua relação conjugal.

Baseado no livro: Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos: como aplicar os conceitos revolucionários da inteligência emocional para um compreensão da relação entre pais e filhos. Gottman, John e DeClaire, Joan. 1ª ed. – Rido de Janeiro: Objetiva, 2001.

Danielle Vieira Gomes



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