Família, guardiã do desenvolvimento integral da criança

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Família, guardiã do desenvolvimento integral da criança

Um dos papéis principais da família é o de promover o desenvolvimento integral da criança, proporcionando cuidados, proteção, orientação, interação e estímulo, que contribuirão para a formação de suas habilidades cognitivas e sócio emocionais, através de uma relação que deve ser baseada no respeito e no diálogo.

O ambiente familiar deve constituir uma rede de segurança, cuidados e afeto para que a criança possa crescer saudável e realizar todo o seu potencial. O tipo de interação que se estabelece na família, irá influenciar diretamente seu desenvolvimento. Quando em seus primeiros anos de vida a criança conta com cuidadores sensíveis às suas necessidades, ela será capaz de desenvolver um apego seguro, que a capacitará para ter interações de qualidade, desenvolver autonomia para que se sinta segura e capaz de explorar o mundo.

Os pais vivenciam diversos desafios para educar seus filhos e mesmo que se esforcem, muitas vezes se sentem inseguros e em dúvida se estão conseguindo tomar as melhores decisões para contribuir com o adequado desenvolvimento dos filhos. Os pais ou cuidadores devem ter o apoio necessário para ampliar seus conhecimentos e habilidades sobre a parentalidade positiva, sendo capazes de enxergar as necessidades da criança para reconfortá-la e atendê-la.

Sensibilidade parental significa a capacidade para reconhecer as necessidades dos filhos, compreendendo os estados da criança e conseguindo interpretar adequadamente para responder de modo apropriado. Como pais, precisamos desenvolver a capacidade de identificar e reconhecer quais os nossos comportamentos que favorecem a promoção do desenvolvimento de nossos filhos para que sejam reforçados, mas também é necessário conseguir identificar o que não está funcionando tão bem e precisa ser ajustado.

Quando recebemos uma criança, levamos um tempo para nos adaptarmos e sermos capazes de identificar suas necessidades para criar uma sincronia na interação. Fazem parte desta descoberta, conseguir compreender seu temperamento, respeitar seu ritmo, interpretar sua comunicação que a princípio se dá através do choro para saber se está com fome, desconforto, sono e poder atendê-la.

Esta interação vai sendo construída ao longo do tempo, e além de compreender a criança é importante que os pais identifiquem também as experiências prévias que carregam, a forma como vivenciaram a sua própria infância e tiveram ou não suas necessidades atendidas. Suas próprias referências e o tipo de apego que estabeleceram com seus cuidadores, irão influenciar a forma como interagem com seus filhos.

Existe um modismo vigente que dita as regras de como se devem criar os filhos. Vez ou outra surgem manuais que estabelecem um estado de perfeição inexistente. Corremos o risco de gastar mais tempo buscando informações sobre como fazer, do que realmente vivenciar essa descoberta nas experiências e no tempo junto com os filhos. É através dos cuidados na própria rotina de alimentação, banho, troca, hora de dormir, no brincar junto, na forma de disciplinar e demonstrar afeto, que irão se construir as interações positivas entre pais e filhos.

Algumas vertentes preconizam que atender às necessidades dos filhos pode deixá-los “mimados” e dependentes, orientando que não se deve atender prontamente às solicitações e necessidades expressadas pela criança. Se a criança não tiver retorno, isso fatalmente irá ocorrer, pois após certo tempo em que ela solicita e não obtém uma resposta por parte de seu cuidador, acaba por desistir de solicitar. Mas o que as pesquisas demonstram, é justamente o oposto. Ao se sentir segura por ter suas necessidades atendidas, a criança será capaz de explorar o mundo sabendo que pode contar com uma base segura, tornando-se mais autônoma e independente, podendo recorrer à sua base sempre que sentir necessidade.

Quando nos tornamos pais, é preciso equilibrar as próprias necessidades, os papéis a serem exercidos e também o tempo dedicado à criação dos filhos. Renuncias precisarão ser feitas, tempo dedicado, noites mal dormidas, sentimento de esgotamento e exaustão estarão presentes. Os cuidadores precisam se sentir amparados, as famílias devem integrar redes de apoio mútuo, sem buscar perfeição ou julgamentos, estabelecendo relações mais colaborativas, menos impositivas e julgadoras, encontrando o encorajamento e o estímulo para exercer a parentalidade de forma positiva.

Ao preservar e reforçar a família, criamos oportunidades de desenvolver crianças mais competentes no plano social, emocional e cognitivo, que sejam mais capazes de regular as suas emoções, construir vínculos saudáveis, se tornarem mais resilientes e empáticas para serem atuantes no mundo e protagonistas de sua própria história.



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