15 mar O tempo passa e a sensação de angustia aumenta
As emoções desencadeadas pelos tempos difíceis que estamos vivendo têm se prolongado, causando alguns efeitos colaterais. Com o passar do tempo, a sensação que eu tenho é de maior desgaste físico e emocional, falta de energia em alguns momentos, maior introspecção, preocupação com o futuro, menor fluidez da criatividade.
Sinto um maior esforço para realizar minhas diversas atividades, que fazia com tanta facilidade anteriormente. Tenho procurado prestar bastante atenção aos meus sinais internos para reconhecer minhas necessidades. Busco identificar os meus gatilhos, que acionam comportamentos de maior reatividade e ansiedade.
Procuro perceber meus sentimentos mediante as situações difíceis e inevitáveis, tentando respeitar o meu novo ritmo mais lento de realizar as coisas nesse momento. Ao notar que algo está grande demais ou causando bloqueios, peço ajuda aos amigos, familiares e colegas de trabalho para lidar com as situações. Contar com uma rede de apoio é fundamental.
Ao constatar que estou tendendo ao desequilíbrio, procuro monitorar para modificar minha percepção e atitudes. Então, coloco em prática as coisas que me ajudam a retomar a paz interior e o equilíbrio emocional. Utilizo algumas das estratégias que costumam funcionar para mim. Identificar essas estratégias é fundamental.
Faço uma pausa, crio um tempo para fazer algo que me dá prazer, medito, faço minhas orações, converso com amigos queridos, passo mais tempo com minha família, faço uma caminhada ao ar livre, brinco com meu cachorro, vejo um filme, leio um livro sobre um assunto que ajuda meu autodesenvolvimento e o que mais sentir vontade naquele determinado momento.
Estes são alguns dos processos reparadores que utilizo em meu dia a dia e que me ajudam a lidar com as situações difíceis e amedrontadoras. Quando sinto que estou sendo absorvida por emoções negativas, procuro compreender o que está se passando para mudar minha perspectiva. Penso no que está sob meu controle e as coisas que não consigo controlar. Isso ajuda a reduzir a ansiedade.
Tenho utilizado bastante o conceito da psicóloga Carol Dweck: o conceito do “ainda”, que costumo ensinar aos pais quando as crianças dizem: “Não consigo” ou “Não estou preparada”. Quando acrescentamos a palavra “ainda”, temos a ideia de que é possível conseguir, desde que estejamos dispostos a praticar e persistir.
Tudo isso me ajuda a desenvolver uma maior resiliência. Recurso fundamental para enfrentar os desafios da vida e passar por eles com maior receptividade. Possibilita observar e entender o ambiente para responder de forma proativa, mantendo o pensamento lúcido e uma atitude mais cooperativa.
Momentos e tempos difíceis são inevitáveis. Quando enfrentamos as adversidades e o sofrimento através de uma perspectiva mais equilibrada, desenvolvemos coragem e perseverança, expandindo aquilo que somos capazes de fazer e superar.
Não podemos nos esquecer de que cada um de nós possui suas diferenças e complexidades. Isso precisa ser considerado e respeitado. Precisamos reconhecer os nossos limites e os das pessoas que estão ao nosso redor para gerar maior empatia e acolhimento em tempos tão sombrios e adversos.
Artigo publicado na revista digital @cloudcoaching
Danielle Vieira Gomes
@daniellevieiragomes